Na semana passada estávamos em uma reunião na Agro São José, discutindo sobre o treinamento que preparamos para os gestores poderem realizar o Feedback da Avaliação de Desempenho. Em um determinado momento falamos como a tecnologia ajudou nesse trabalho. Neste momento meu pensamento foi longe…

Era janeiro de 1991 e as forças de coalizão invadiram o Iraque e o Kuwait. Não, eu não estava na guerra… estava no escritório em São Paulo, prestes a completar meus 18 anos, compilando os dados da avaliação de desempenho que havíamos realizado na Cia Vale do Rio Doce em São Luis – MA. Tinham caixas e caixas de papel para tabular, para cada “avaliado” eram 5 formulários e, como resultado final, teríamos um relatório com 3 gráficos. Para realizar o trabalho eu tinha à disposição o que a tecnologia da época podia me oferecer: Um PC XT da Itautec (IS 30 Plus II), com HD de 25Mb, drive de 5 ¼, monitor de fósforo branco e uma (lenta e barulhenta) impressora matricial Epson (LX810L). A cereja do bolo, rodando à partir do prompt do DOS, a incrível planilha de cálculo Lotus 123!

Depois de preparar a planilha, comecei o lançamento dos dados dos questionários, que consumiram dias… nessa época não tínhamos internet nem usávamos mouse, o acesso ao menu era feito pelo teclado. Depois de tudo lançado, era necessário gerar o relatório com os gráficos que deveriam ser impressos. Não existia a “impressão em segundo plano”, então o computador ficava travado enquanto imprimia. Por esse motivo eu gerava os gráficos para impressão no final do dia e a impressão avançava pela noite. Porém, fazer isso era arriscado, o papel podia enroscar e travar a impressora! Pra evitar esse problema eu fazia engenhocas de papelão e fita crepe para que o formulário contínuo seguisse o caminho correto e ficasse perfeitamente empilhado na saída da impressão… e assim, tudo funcionava!

São boas lembranças, mas muita coisa mudou! O novo treinamento que preparamos para os gestores da Agro São José realizarem o “Feedback” da Avaliação de desempenho ficou excelente. Agora esse processo ocorre instantaneamente, as respostas são precisas com acompanhamento online. E ainda, sem imprimir sequer uma folha de papel!

Voltando a janeiro de 1991, pela primeira vez as redes de TV estavam transmitindo uma guerra praticamente “ao vivo”. Meu pai estava viajando, minha mãe e meus irmãos de férias na praia, quando recebo uma ligação (obviamente no telefone fixo) com minha mãe em desespero anunciando o início da Guerra do Golfo: “Filho, a guerra começou, liga a TV! Já coloquei seus irmãos pra dentro de casa… não saia de jeito nenhum!!!!” – o que não muda é a preocupação de mãe!

Oscar Ferreira Neto